segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Fizemos uma fundamentação assente em obras de alguns autores que se relacionassem com a temática em questão:

Muitos são os olhares e perspectivas construídas sobre a cidade.
A cidade, de facto, oferece uma abundância de espaços públicos, incluindo os de lazer, propiciando um contacto comunicativo que coloca os intervenientes em várias situações de paridade, que facilita a comunicação e por conseguinte processos de socialização específicos (Mela, 1999).
Verifica-se, portanto, a importância das Ciências Sociais na vida social humana e, nomeadamente na sociologia das cidades, dado que qualquer uma das abordagens compreendidas no tema cidade, incluem directa ou indirectamente o homem, sendo as características da mesma completamente influenciadas e transformadas por ele, projectando uma ideia de realidade.
A Sociologia insere-se aqui nas suas características de largo espectro de acção, onde colocamos os nossos modos de ver a realidade de maneira a observarmos cuidadosamente as influências que caracterizam a nossa vida e a dos outros, permitindo deste modo a estudar as sociedades modernas produtoras da cidade, as interacções sociais e das sociedades humanas em geral (Giddens, 1997).


O espaço de lazer, tanto quanto espaço cultural, é um espaço social onde se iniciam relações específicas entre indivíduos, grupos, meios, classes sociais (Dumazedier, 1974).
Observando o modo de operação do tempo e do espaço de lazer na dinâmica geral dos mesmos, a sociologia pode analisar de modo concreto o papel do lazer na evolução social e cultural. Alternativamente determinado e determinante, numa relação dialéctica que evolui com mudanças da sociedade e da cultura, o lazer tende a transformar, aos poucos, as nossas formas de sentir, pensar e agir (Dumazedier, 1974).
Nas palavras de Dumazedier “o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais” (1974).

Torna-se então necessário clarificar e referenciar as noções teóricas existentes sobre o espaço. A noção de espaço foi utilizada por várias disciplinas. Biólogos e Etologistas, introduziram a ideia de ambiente, propondo a compreensão do espaço como “mundo à nossa volta”e “ambiente” das nossas condutas. Definindo então espaço como materialidade física e biológica.
Numa perspectiva psicossocial espaço é definido como um lugar, um ponto de referência, onde se situa qualquer coisa, onde se produz um acontecimento e onde se desenrola uma actividade mas também é definido como meio (Fischer, 1994)
Sob a perspectiva da psicologia social a relação homem-ambiente é vista de duas formas: primeira de que o homem organiza e produz o seu meio em função de múltiplos factores e segundo, que o meio-ambiente através de valores nele inscritos, influenciam o comportamento do ser humano. Pode dizer-se então que o espaço, é pois, organizador da interacção social (Fischer, 1994).

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